Atacante já marcou 19 vezes em 19 jogos pelo Cruzeiro. Meta é chegar no Fenômeno, que fez 55 em 58 partidas pelo clube, entre 93 e 94


Agência/VIPCOMM
Kléber tem início fulminante no Cruzeiro

Dezenove gols em 19 jogos. Números que fazem o atacante Kléber sonhar com o ingresso na história do Cruzeiro. Entre os grandes artilheiros do clube, o ídolo dos anos 60 e 70 Tostão é o recordista em números absolutos, com 245. Mas, em média, ninguém supera João Fantoni, o Ninão, que jogou entre 1923 e 1938 e marcou 168 tentos em 133 jogos, ou 1,26 por partida. O Gladiador aceita o desafio de se aproximar do antigo craque. Não é nada fácil manter a rotina de um gol por partida ao longo de muito tempo. Ninão é o único a fazê-lo dentre aqueles que marcaram mais de 50 gols com a camisa celeste.

O jogador que mais se aproximou do feito ficou conhecido como Fenômeno. Entre 1993 e 1994, Ronaldo marcou 55 gols em 58 jogos pelo Cruzeiro e chegou à seleção brasileira aos 17 anos. A média foi de 0,95 gol por partida.

Depois de Ronaldo, aparece outro atacante com passagem meteórica pela Toca da Raposa. Fred, que defendeu o Cruzeiro por um ano, de 2004 a 2005, e hoje está no Fluminense, fez 56 tentos em 71 exibições, ou 0,79 por jogo.

Atrás de Ronaldo e Fred, Kléber encontra-se em estágio semelhante ao de outros ídolos recentes da torcida que tiveram início fulminante. Deivid, atacante na Tríplice Coroa de 2003, também marcou 19 vezes nas 19 primeiras partidas. Mas deixou o clube com 28 gols em 37 partidas, média de 0,76. Renato Gaúcho, ídolo do bicampeonato da Supercopa, em 1992, marcou 18 em 18 jogos em cerca de quatro meses.

Satisfeito de saber que pode se colocar entre os atacantes com maior média de gols pelo clube, Kléber diz que vai tentar prolongar a série no restante da temporada.

- Eu me sinto muito honrado por estar fazendo gols e chegar a essa média que jogadores de qualidade e que têm nome conseguiram. Fico muito feliz. O Ronaldo tem 58 jogos, é uma média quase impossível de se conseguir. Mas vou tentar. Se conseguir ao menos chegar perto dele, vai ser muito gratificante – afirmou, em entrevista ao site oficial do clube.

Kléber traçou como meta manter o desempenho inicial. Ele terá mais uma chance nesta quarta-feira. Cruzeiro e São Paulo iniciam a disputa das semifinais da Libertadores, às 21h50m (de Brasília), no Mineirão, e o jogador é a principal esperança de gols da Raposa.

- Eu nunca fui de fazer muitos gols, até pela minha característica de jogo. Mas eu coloquei isso como meta quando cheguei ao Cruzeiro, queria fazer um gol por jogo. Sei que é difícil manter, são muitos jogos, jogos difíceis, mas vou tentar - observou.

Aos 25 anos de idade, o Gladiador vive uma nova fase da carreira. Depois de atuar como segundo atacante em São Paulo, Dynamo Kiev, da Ucrânia, e Palmeiras, ele descobriu no Cruzeiro que também tem vocação para centroavante.

- Eu jogava muito longe da área, era um atacante mais de movimentação, caía muito pelos lados. Não que este ano eu não esteja caindo, mas eu tenho me posicionado mais dentro da área. Quando você fica mais perto do gol, a tendência é ter mais chances, a bola chegar mais. Isso facilita muito. Este ano tem acontecido isso no Cruzeiro - contou.

Kléber divide o crédito da momento artilheiro com o técnico Adilson Batista, que apostou em um potencial até então escondido.

- O Adilson me proporciona isso. Quando eu comecei no São Paulo, não tinha isso, até porque tinha o Luís Fabiano, um jogador mais de área. Eu tinha que sair mais para buscar. Este ano tem sido diferente - explicou.