Astro das pistas, Usain Bolt avisa: 'Tenho algo em comum com o povo brasileiro
Postado por Marlon Campos às 08:21Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, campeão olímpico fala sobre o gosto pela dança, os ‘superpoderes’ e os próximos objetivos
A cena se repetiu três vezes em Pequim. Quando Usain Bolt cruzava a linha de chegada em primeiro lugar nas Olimpíadas, era questão de tempo para que ele celebrasse vitória com sua dança preferida, a Gully Creepa, tradicional na Jamaica. Conhecido pelo sorriso constante, que se explica com três ouros olímpicos e três recordes mundiais, Bolt tem algo em comum com os brasileiros. E é ele mesmo quem diz, em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM.

Usain Bolt dança a Gully Creepa após vencer sua última prova, disputada nas ruas de Manchester
- Acredito que tenho algo em comum com o povo brasileiro, porque, nós, jamaicanos, também amamos música e dança. Somos similares nisso. Quando penso no Brasil, lembro de futebol e mulheres. Espero visitar o país em breve – disse o velocista, que conheceu o jogador de futebol Anderson quando foi assistir a uma partida do Manchester United, clube pelo qual torce.
Após sofrer um acidente de carro em abril, Bolt já foi às pistas duas vezes. Em Manchester, correu na chuva e venceu uma prova de 150m. Na noite de quinta-feira, brilhou em Toronto ao deixar três americanos para trás nos 100m rasos, cravando o tempo de 10s00, pouco acima dos 9s69 do recorde mundial em Pequim. Nesta semana, o jamaicano colheu os louros do trabalho árduo ao ganhar o Prêmio Laureus como melhor esportista de 2008.
| Trecho traduzido da música favorita de Bolt, “Rich this year”, do rapper Charley Blacks |
| Nasci e cresci em Trelawny Já passei por muito sofrimento Mas não vou desistir porque sou multitalentoso Se eu não ficar rico neste ano Do próximo, não passa Porque eu sou malandro |
Orgulhoso de ser jamaicano, Bolt faz questão de ser um modelo para os jovens de seu país. Mas, apesar de surpreender o planeta ao se tornar o homem mais rápido do mundo (100m em 9s69 – marca prevista pela ciência apenas para 2030), o campeão olímpico não leva em consideração quando o elogiam e apontam nele “superpoderes”.
- Não sou o Super-Homem... só ele pode voar! Mas fico feliz em inspirar as pessoas a serem sempre melhores. Esforcei-me muito durante um bom tempo e mostrei a todos que só o trabalho duro traz o sucesso. Quero manter esse ritmo para continuar batendo recordes e deixar vocês orgulhosos – disse o velocista.
Depois de conquistar três ouros olímpicos e bater recordes mundiais nos 100m, 200m e no revezamento 4x100m, Bolt ainda quer mais. O jamaicano revelou que ainda tem um sonho a realizar, e ele está bem próximo.
- Gostaria de vencer o Mundial de Atletismo, em Berlim, porque ainda não conquistei esse título como atleta sênior. Além disso, meu único desejo é continuar vencendo por muitos anos mais - revelou o astro, que completará 23 anos no dia 21 de agosto, durante o Mundial.

