Parece enredo de um filme de Hollywood. Há cerca de dois meses, ele passava pelo pior momento de sua vida e era presença frequente nas páginas policiais dos jornais dos Estados Unidos. Após ser inocentado da acusação de sonegação de impostos, ele volta às pistas e se mantém entre os primeiros. Neste domingo, Helio Castroneves coroou seu retorno ao vencer, pela terceira vez, as 500 Milhas de Indianápolis, com um desempenho sensacional na parte final da prova, dominando as relargadas após as bandeiras amarelas.

Hélio Castroneves havia vencido as 500 Milhas de Indianápolis de forma consecutiva em 2001 e 2002
O brasileiro da Penske largou na pole position, mas seu carro não rendia o esperado no início da longa corrida. Até a primeira rodada de pit stops, Helinho caía na classificação e chegou a ser superado por Scott Dixon e Dario Franchitti, pilotos da Chip Ganassi, que lideraram a maior parte da prova. No entanto, o brasileiro manteve a regularidade e estava sempre entre os cinco primeiros colocados em Indianápolis.
Helinho assumiu a ponta pouco antes da última rodada de pit stops, ao ultrapassar Scott Dixon em uma das muitas relargadas na corrida. Apesar disso, ele ainda precisava de uma bandeira amarela para completar as 500 Milhas sem a necessidade de um pit stop para reabastecimento, o chamado splash n'go. Só que na volta 173, os compatriotas Raphael Matos e Vítor Meira bateram na curva 1 e causaram a entrada do pace car na pista. Na relargada, Castroneves se manteve na ponta e caminhou, com tranquilidade para a terceira vitória no templo do automobilismo americano.
- Quero agradecer a todos. Principalmente minha família, que ficou rezando, meus amigos... quero agradecer todo mundo! Foi uma batalha muito dura. O carro estava muito bom. Quero agradecer a todos os outros pilotos da equipe porque sempre trocamos informações sobre o acerto - diz, ainda no círculo da vitória de Indianápolis.
Corrida ruim para os outros brasileiros
A corrida começou com um acidente logo na segunda curva. Marco Andretti e o brasileiro Mário Moraes se tocaram. Pior para o paulista, que abandonou a prova sem completar uma volta. O americano ainda teve o carro reparado e voltou à pista após 60 passagens.
Tirando Hélio Castroneves, os outros brasileiros não tiveram sorte na 93ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. Assim como Moraes, Tony Kanaan, Vitor Meira e Raphael Matos bateram e saíram da corrida. Os últimos dois protagonizaram o acidente mais impressionante da prova.
Na entrada da curva 1 os dois brasileiros se tocaram e o carro de Meira ficou de lado apoiado no muro, percorrendo alguns metros desta maneira. Quando finalmente parou, o brasileiro precisou do auxílio da equipe médica para sair do carro. O piloto da equipe Foyt passou pelo centro médico do autódromo, de onde foi transferido para um hospital local. Meira estava consciente, mas queixava-se de fortes dores nas costas.
Os principais adversários de Castroneves ao longo da prova foram os pilotos da Chip Ganassi, Scott Dixon e Dario Franchitti, que acabaram a prova em sexto e sétimo, respectivamente. Danica Patrick, da Andretti Green, andou bem mais uma vez em Indianápolis e conquistou uma brilhante terceira colocação, logo atrás do inglês Dan Wheldon.
Com a vitória em Indianápolis, Hélio Castroneves pulou para a segunda posição no campeonato, cinco pontos atrás de Dario Franchitti, que tem 122 pontos. Tony Kanaan, que era o primeiro colocado antes da tradicional prova, caiu para o quinto lugar.
Castroneves pode ficar otimista em relação à conquista do campeonato. Nos quatro últimos anos, o piloto que venceu as 500 Milhas de Indianápolis conquistou o título da temporada.
Confira o resultado das 500 Milhas de Indianápolis:
1 - Helio Castroneves (BRA/Penske) - 200 voltas em 3h19m34s6427
2 - Dan Wheldon (ING/Panther) - a 1s9819
3 - Danica Patrick (EUA/Andretti Green) - a 2s3350
4 - Townsend Bell (EUA/KV) - a 2s7043
5 - Will Power (AUS/Penske) - a 3s6216
6 - Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi) - a 4s2988
7 - Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi) - a 4s9159
8 - Ed Carpenter (EUA/Vision) - a 5s5096
9 - Paul Tracy (CAN/KV) - a 6s5180
10 - Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green) - a 7s3312
11 - Alex Tagliani (CAN/Conquest) - a 10s5351
12 - Tomas Scheckter (AFS/Dale Coyne) - a 10s9874
13 - Alex Lloyd (ING/Schmidt/Ganassi) - a 11s1944
14 - Scott Sharp (EUA/Panther) - a 11s4259
15 - Ryan Briscoe (AUS/Penske) - a 12s6695
16 - AJ Foyt IV (EUA/Foyt) - a 15s4867
17 - Sarah Fisher (EUA/Fisher) - a 15s9774
18 - Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold) - a 16s3488
19 - John Andretti (EUA/Dreyer & Reinbold/Petty) - a 18s0868
20 - Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold) - a 1 volta
21 - Vitor Meira (BRA/Foyt) - a 27 voltas
22 - Raphael Matos (BRA/Luczo Dragon) - a 27 voltas
23 - Justin Wilson (ING/Dale Coyne) - a 40 voltas
24 - EJ Viso (VEN/HVM) - a 61 voltas
25 - Nelson Philippe (FRA/HVM) - a 70 voltas
26 - Oriol Servia (ESP/Rahal Letterman) - a 102 voltas
27 - Tony Kanaan (BRA/Andretti Green) - a 103 voltas
28 - Robert Doornbos (HOL/Newman-Haas-Lanigan) - a 115 voltas
29 - Davey Hamilton (EUA/Dreyer & Reinbold) - a 121 voltas
30 - Marco Andretti (EUA/Andretti Green) - a 144 voltas
31 - Graham Rahal (EUA/Newman-Haas-Lanigan) - a 145 voltas
32 - Ryan Hunter-Reay (EUA/Vision) - a 181 voltas
33 - Mário Moraes (BRA/KV) - a 200 voltas

