A alta tecnologia dos supermaiôs que viraram febre nas piscinas de todo mundo tem levantado polêmicas e não é apenas pela melhora do resultado dos atletas e a quebra de alguns recordes. A ex-nadadora Mariana Brochado, atual comentarista do SporTV, depois de saber da decisão da Federação Internacional de Natação (Fina), nesta terça-feira, ressaltou que nem todos os esportistas têm condições de comprar os novos trajes da natação. Para Mariana, a reprovação dos maiôs é justa.
- Eu achei que foi uma decisão acertada, pois os supermaiôs estavam influenciando muito nos resultados dos atletas e eles mesmos estavam afirmando isso após as provas. Se todos os nadadores tivessem acesso a esses trajes especiais, já que alguns são caros, seria realmente algo justo. Eu sou adepta do estilo tradicional da natação, com sunga e maiô, pois mostram realmente quem é o melhor na água – alega Mariana.
O ex-nadador Djan Madruga, que, em 1980, bateu o recorde sul-americano nos 800m livre, também concorda com a Mariana. Antes mesmo do anúncio da federação, que reprovou 202 dos 348 modelos analisados, Djan lançou um desafio aos atletas atuais: pagaria R$ 5 mil para quem conseguisse quebrar o seu recorde, mas o nadador teria que usar uma sunga, como em seu tempo. Com a ajuda do novo maiô, Luiz Rogério Arapiraca bateu a marca de Djan, no último Troféu Maria Lenk, realizado no Rio.
- Sou a favor da tecnologia e acho importante na natação. Porém, os trajes flutuantes oferecem uma vantagem hoje, e não acredito que seja o momento ideal e necessário. Estamos muito longe dos limites do ser humano na água para recorrer a essa tecnologia. Acho que seria útil quando os atletas não conseguirem mais superar as marcas nem com um treinamento específico e adequado.
Sobre a possível anulação dos recordes quebrados com os supermaiôs, Djan preferiu não criar polêmicas:
- Não gostaria de me manifestar nesse ponto. Este é um projeto da Fina com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Sou a favor da tecnologia, acho que os trajes estão aí para permanecer. Mas alguns desses maiôs passaram da conta. Essa terceira geração de roupas para natação é flutuante, borracha. O meu desafio é apenas uma forma de motivar– ressaltou Djan.
Mariana Brochado se diz 'adepta do estilo tradicional da natação, com sunga e maiô'. Já Djan Madruga acha que trajes 'passaram da conta'
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